Un experimento en que a través de diversas prácticas con walkie-talkies, exploramos las membranas posibles que aparecen entre cuerpo-espacio-palabra. Así, sin jerarquizaciones, intentamos percibir que modulaciones de las presencias en relación con su entorno se convierten en un juego, en el que las materias (voz, danza, lugar) se mueven al lado de lo visible.
Mediante la sobre-posición de la palabra en un espacio urbano y los movimientos que allí están aconteciendo, nos interesa abrir brechas en lo real, no transformándolo físicamente, si no proponiendo a quien nos acompaña nuevos filtros de percepción y maneras de ver-oír-decir acontecimientos en un lugar.
WALK AND TALK #1 es una invitación abierta a los flujos vertiginosos, a un no prejuzgar, a una mirada más cerca y más lejos, quizás, para una multiplicidad de formas especificas que se crean con y en el espacio.
Estar lá, à intempérie do tempo-sol ou tempo-chuva, ou vento-rio embatendo, embatendo todo o tempo. Todas as matérias, incalculáveis matérias, fazendo redemoinho sobre a pele, por embaixo da ropa, na poeira que gruda nos olhos, na tristeza que te alcança desde aquele caminhar sombrio, e o cheiro a ferro oxidado e o cheiro a figo…
Castanhas gordurentas na mão de um senhor e rodinha de mala tranbicando no chão. Carteirinhas para o passe 50 cêntimos! E um homem muçulmano com um passo lento e cumprido a barulheira dos eléctricos. Uma zeta que diz metro na frente ao lado de outra que diz metro a direita. Já vi 14 bengalas…
daqui 101 janelas – ou 102 com a minha que não vejo, porque estou metade fora metade dentro, a deitar fumo fogo vapor pela boca. ou vapor fogo fumo que sai pelas chaminés espalhadas pela cidade, mais perto de um bando de pássaros, pretos. casas com janelas abertas fechadas com cortinas reflexos de mais janelas…
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo. (…)
Manoel de Barros